Sonhei-te. Completamente desenvolta da tua própria identidade, como se me visses por dentro, e como se soubesses de todas as vezes que o meu corpo vibrou com a ideia da tua existência.
Sonhei-te e era real, e sonhei-te tanto que não pus sequer em causa que fosse sonho o sonho.
De todas as vezes que te sonhei, esta foi a tempestade mais violenta.
Quis tanto a tua boca na minha, durante tanto tempo, e vieste esta noite dar-ma. A naturalidade com que os nossos dentes embarraram, o peso da respiração que foi aumentando gradualmente, a forma como as tuas mãos me tocavam e eu receava.
Foi um sonho a preto e branco, lembro-me agora. E o teu corpo era preto e branco, e agarrei-me a ele como se fosse ar, e quanto mais te agarrava, mais sufocava.
Chupei os teus mamilos eretos, perdidos no teu peito pequeno que segurava nas minhas mãos.
Foste embora de repente. Abri os olhos e desejei voltar a adormecer.