sexta-feira, 20 de novembro de 2015

when I'm down on my knees you're how I pray

a diferença

quando se encontra uma pessoa que nos atrai fisicamente
um beijo não precisa de ser necessariamente perfeito


puxa o meu lábio com os dentes
e com a língua.

foder
foder
foder


agrada-me tanto

a altura
o cabelo
a barba
os olhos


quero fodê-lo

quero sentar-lhe no colo
passar as mãos na nuca
sentir-lhe os ombros debaixo da roupa

agrada-me demasiado



quinta-feira, 12 de novembro de 2015

esta imagem dá-me vontade de te foder terna e violentamente

até à exaustão

até ao sufoco



reflexões onde a lógica só toma lugar em quem sente

como consigo fazer com que parem de se apaixonar por mim?

ao fim e ao cabo não passam de números.

dão o efeito oposto.
não me apaixono por eles.



só tenho duas possíveis paixões. uma que já extinguiu. outra que ainda não chegou às chamas (e provavelmente nunca chegará).

e dessa última, só porque me trata como mulher. mulher no sentido de igual, mas do sexo feminino. não corteja, é educado. não mostra o interesse, seja qual for, está a conhecer-me. este último, compreendeu, sem que eu tivesse que lhe dizer. tem conhecimento e experiência, sabe como chegar (se é que tenciona chegar).

o primeiro, quando percebeu que eu gosto de ser tratada por igual, achou que era igual à forma como ele trata qualquer amigo. não é esse o tipo de igualdade. são jogos inteligentes, de facto. é uma igualdade perante aquilo que eu sou. tratar-me como mulher, e as mulheres como homens.

tenho vindo a perceber que aí está a residência do meu interesse. aí está o jogo. alguém que me coloca na igualdade de campo e diz: agora chuta.


todos os outros...
são tão suaves e queridos, tão dedicados. a tratar-me como a princesa que sou, ou como o demónio que sou. a tentar marcar terreno, a tentar mostrar todo o afeto antes que eu fuja. quando eu nem sequer lá estive em primeiro lugar


por isso é que me frustro.
é difícil, conscientemente, apaixonar-me. são poucos os que têm o que de facto é preciso. tenho saudades de sentir o tipo de paixão que provém da possibilidade.
é ridículo dizer isto, quando nem há um mês andava a arder-me pelo tal primeiro. mas o tipo de paixão era outro. aquela paixão de que sinto falta é a paixão que acontece quando a outra pessoa nos toca e beija frequentemente, quando se cria o hábito, mas ainda na incerteza da possibilidade. quando se está ali.

enfim
nem eu sei do que sinto falta ao certo.

de um sentimento, de uma emoção.


às vezes só de sentir as mãos de um homem em torno do meu peito
outras vezes, apenas da forma como dormir com alguém traz paz

e eu tão caótica
aqui demoníaca

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

plain Lo



ali está ele. ainda esta semana pensei nele. aquele senhor. quase meu avô. costumava levar o neto no autocarro, pela mão. aqueles olhos dóceis e suaves, os cabelos cinzentos a tomar lugar dos loiros. se ele estivesse dentro do autocarro eu dizia alguma coisa. será que ele sabe que tem uma mulher com idade para ser sua neta completamente doida por ele? que se lhe corta a respiração sempre que o vê? o verdadeiro charme é ele quem o tem. hoje, meses depois... de cigarro na mão, na esquina. com mais três, provavelmente da idade dele, mas muito mais velhos. que terno.

eu podia ter um caso com ele. aposto que tem mulher, aposto que é casado. eu devo ser mais nova do que os filhos dele.

ainda esta semana me chamaram de catraia e eu a pensar neste senhor desta forma faz-me sentir uma Lolita, numa versão invertida, perversa até.
mas gostava de lhe tocar as rugas das mãos. gostava de lhe beijar o peito.


Nighthaws, de Edward Hopper. A preto e branco, porque sim.