segunda-feira, 2 de março de 2015

X

Parece que adquiri o hábito de repetir padrões.
Levar rapazes para a parte de trás do carro. Beijá-los quando eles não tomam a iniciativa. Sentar-me nos seus colos, de pernas ainda mais abertas que as deles. Agarrar-lhes o pescoço, encostar-lhes a cabeça no banco. Deixar a minha língua penetrar-lhes a boca. Brincar com a deles enquanto a penetração desejada é outra. E deixar a minha anca controlar os movimentos. Permitir que passem as mãos pelas minhas costas, enquanto a minha respiração começa a pesar na deles. Permitir até que deixem cair as mãos até às minhas nádegas. E que as agarrem com força. Ir mais longe com um, menos longe com outro. Mas recostar-me e deixar um suspiro pesado sair da boca enquanto o olhar deles me despe.
Há uma magia na antecipação. Na forma como as mãos se movem por sítios que ainda desconhecem. É aí que reside todo o meu interesse. Naquele momento, eu sou a incógnita.

(e eles não passam de loucos a tentar decifrar-me)



3 comentários:

  1. Ser Poeta ou ser um Poema... Eis a questão Filosofal que na eventualidade de resposta terá sempre como desfecho a materialização de um sonho.

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  2. o que não se conhece é sempre objecto de desejo.

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  3. Esse primeiro momento, o da descoberta, é sempre inesquecível.
    Estou a ver que tratas muito bem os rapazes que levas para a parte de trás do carro! :-P

    Beijos

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