quinta-feira, 28 de maio de 2015

sobre 15 de julho de 2014, escrito a 11 de maio de 2015

chegámos, despimos a roupa,
deitámo-nos na cama enquanto
a banheira enchia, para
depois nela entrarmos e
recostar, com as pernas
entrelaçadas e os braços
deixados cair um no
outro. O tempo parou e a
água esfriou e eu lavava
a tua cabeça, com as
minhas mãos em concha
e via as gotas escorrer-te
pela nuca, o teu pescoço
tenso, tocava-te sem demoras,
a espuma repousava nos
nossos ombros, a pele dos
dedos ia encolhendo,
mas o tempo estava
parado para nós, e não
houve relógio que o fizesse
andar outra vez, os
deuses éramos nós e nós tínhamos
o tempo nos pulsos e o mundo
nos pés e a alma na água



1 comentário: