sexta-feira, 19 de junho de 2015

quase

Que ternura, que urgência.
Vens tão feroz perguntar e pedir tudo o que tenho para dizer.
Chegas de noite, ficas de noite, foges sempre, tens medos avassaladores dentro de ti.
E eu gostava de ouvir a tua voz, de ver a tua cara, de tocar a tua pele, e estar lá para saber o que pensas quando te digo que é por causa de ti. Mas a noite inocente não me deixa.
O sono não cai sobre o corpo quando as palavras o assaltam de uma intimidade controlada e quase premeditada, a mesma que tentamos sempre embarcar na alma.
Como sempre, paira um "quase" no ar, quase vens, quase ficas, quase queres.
E eu, que aqui quase deixo, tento agora manter as palavras calmas e satisfeitas para que não se soltem descontroladamente e te assustem ao ponto de quase quereres vencer o susto, mas quase nunca conseguires.



1 comentário:

  1. Gosto tanto dos teus textos :) parece que anda aí algo "preso" dentro de ti. Tantas vezes sinto isso.
    Esse "quase"... eu também vivo nesse "quase", ter apenas a metade...
    Beijjo grande

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