terça-feira, 29 de setembro de 2015

patient, fine, balanced, kind

Enquanto caminho e na calçada chuto pedras, penso na espera à qual me tenho entregado e como os meses tanto soam a anos, como a segundos. De cada vez que me controlo mais um pouco, me aguento um tanto mais, sinto uma proximidade infantil a ti. A vida consegue surpreender-nos. Tenho aprendido a dor de resistir a voltar ao passado, só pelo facto de o passado ser a resposta mais fácil. Recusar este passado tem-me levado muitas horas. Sim, porque perco horas a pensar nele, a refutá-lo, a enumerar razões pelas quais o devo negar sempre. Costuma resultar, apesar de custar.
Colocar a chave na porta de casa sabe a frustração. Todos os dias estou um passo mais perto e outro passo mais longe, e frequentemente me pergunto por que continuo à espera de algo que nem eu sei se quero. Mas aquilo a que chamamos de "instinto" grita-me a toda a hora. Resigno-me a esta existência onde a ideia de ti se torna na minha utopia. E, no entanto, sinto-me em paz no meio desta incerteza e caos, sempre no meio da esperança infundada de que um dia, finalmente, vais perceber que nunca estarás pronto.

2 comentários:

  1. Tão bom saber que as minhas palavras chegam ao coração das pessoas... :)

    Que um dia estejas apenas um passo mais à frente e não também atrás.
    Um beijinho enorme!!

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