segunda-feira, 13 de junho de 2016

I think of you, I think of you. You

durante todo o tempo que andava terrivelmente apaixonada por ti e não sabia se algum dia te iria voltar a tocar algo me mantinha. uma espécie de esperança sem fundamentos, uma sensação e até cheguei a chamar-lhe de instinto. agora que te voltei a tocar e ter, não sei que sensação ficou para além do estranhamento em relação ao passado. um estranhamento em relação a um tempo que me é tão íntimo e querido, que guardo preciosamente na memória. o meu receio reside na possibilidade de ser esse tempo o que me mantém agora. quando o teu toque se ausenta por demasiado tempo e o meu corpo começa a esquecer a sensação de te ter. a recordação do que é não te ter é o que, maioritariamente, me faz não te querer perder. isso e a tão recorrente assombração do futuro, de não saber o que nos teria acontecido se ficássemos juntos.
entre o passado e o futuro, o presente é-me servido insossa e amargamente, seco. onde paira uma sensação de inércia, onde a atmosfera é de incerteza. não sei o que nos mantém. aos poucos começo a entrar num clima de alienação. começo a habituar-me a certas ideias que me eram tão desagradáveis... não consigo sair daqui enquanto não esgotar todas as possibilidades que ainda não foram exploradas. continuo a querer o teu corpo com a mesma veemência que em tempos desesperadamente quis. a ideia de insuficiência assalta-me como um inimigo que desejo evitar a todo o custo. é desagradável. o que acontece é que não sei o que sinto em relação a quem és para mim agora. sei que estou arrebatadamente apaixonada por quem foste para mim, sei que nunca senti nada tão forte por ninguém como aquele que serás, mas ainda me pergunto quem és tu agora.

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