segunda-feira, 4 de julho de 2016

little pleasures

Tocar um parece tocar o outro
Dentro de mim vocês sabem exatamente ao mesmo
Se fechar os olhos quase consigo esquecer quem é quem
E se os mantiver fechados, passo a ter os dois

Um com a mão nas minhas costelas e a boca no mamilo
O outro de braço esticado até ao meu pescoço enquanto me beija o interior das coxas

Ouvir sussurrar
vem-te para mim
e não saber para quem me vir
nem tão pouco conseguir distinguir que mãos me tocam

Ter-vos a beijar-me o fundo das costas e os ombros em simultâneo
e puxar para mim duas nucas diferentes
Tudo a dobrar
enquanto me redobro de prazer

Ser alvo de descarga de energia
a minha pele uma tela para uma violência
onde pisaduras e arranhões marcam território
pelas mãos dos vossos corpos enraivecidos pela minha agressiva forma de vos juntar

E mais tarde comparar os vestígios dos vossos dentes
tentar identificar cada um através das equimoses que os dedos deixaram

e,
sempre de olhos fechados,
continuar sem saber
e nunca descobrir
qual encaixa melhor em mim



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