quinta-feira, 8 de setembro de 2016

I never never want to go home

não tenho onde ir buscar mais força para te agarrar com tanta intensidade
a tua pele agora tão minha, onde adormeço, extenuada
se não passo a noite contigo, trago-te no meu corpo e quando fecho os olhos as minhas mãos emanam o teu cheiro e permaneço nessa ilusão de presença

tenho-te finalmente em mim
chegaste por inteiro de repente
        tanto tempo depois
e no entanto em todos os momentos que te esperei soube
toda a antecipação fermentada
nada te podia tirar de mim

e como dizes

nada acontece por acaso

e como eu te digo

passámos por tudo até darmos um com o outro

e, sinceramente, por tudo outra vez desde aí.

-

agora perco horas a tropeçar em ti
nunca andar de joelhos e mãos esfoladas me deu tanto gozo
porque és tu quem me beija a pele rasgada
e eu ando sempre eufórica a pensar nas quedas

escrever poemas é tocar-te e não querer largar
e agora é diretamente em ti que os deposito

nada me tira deste constante estado de torpor concentrado na coerência das nossas existências.








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