domingo, 19 de abril de 2015

desidratação

A parede pede as minhas costas, os lençóis pedem as tuas.
Tenho os lábios rebentados de os morder enquanto penso em ti.
Tenho os pulsos pisados de me tocar enquanto não chegas.
O chão anseia pelo teu corpo, as tuas mãos anseiam pelo meu.

A tua boca não diz o meu nome, a minha voz grita pelo teu.
Tenho as pernas a desfazer-se em tremores enquanto não as agarras.
Tenho a água a percorrer-me o corpo enquanto espero que a tua língua o faça.
O meu peito arfa pelo teu oxigénio, o teu ar corta-me a respiração.

A banheira cansa-se dos meus orgasmos, a tua cama parece não sentir a falta deles.
Tenho o desejo a pegar-me fogo à alma enquanto as chamas não chegam a ti.
Tenho os ossos a estalar enquanto não mos vens partir.
A minha pele sufoca pelo teu toque, os teus dedos tiram-me a sede.



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