Reparei nela no dia em que a vi pela primeira vez. Depois esqueci-lhe as feições, o riso e não pensei mais nos seus olhos.
Quando a voltei a ver, não senti que me fosse familiar, sequer. Desejei ser apresentada, mas não fui. Fiquei a olhar para o corpo dela a mexer-se ao ritmo da música, a reparar-lhe nos pormenores.
Só mais tarde a reconheci.
Tal como eu, ela quer-te. E eu também a quis, secretamente, a partir daquele momento. A fantasia começa a deixar-se cair vagarosamente, mas quando soube que ela partilhava do meu interesse pelo teu corpo moreno, ainda a quis mais.
Parte de mim quer que ela te tenha só para ela (uma parte que me é nova). Outra parte quer tê-la só para mim. Mas a grande parte quer que os três partilhemos uma cama, os mesmos lençóis e a mesma incessante destruição de desejos.
Love (2015), de Gaspar Noé |
Vi esse filme no passado sábado, SPOILER---> não acaba muito bem.
ResponderEliminarSerá que a realização da fantasia e o prazer compensam o risco? ;)
Um excelente filme. E boa pergunta.
EliminarNa minha opinião, não é a realização da fantasia, mas a prolongação de um desejo leviano
Nem sempre é leviano.....
ResponderEliminarThe ultimate fantasy...
ResponderEliminarBeijos
O número 3 tem os seus riscos, mas a realização da fantasia é tão única que vale a pena corrê-los.
ResponderEliminar:)
Noe desilude-me incomensuravelmente com este filme, especialmente depois do vórtice cinematográfico proporcionado pela jornada de "Irréversible" e especialmente "Enter the Void". Há neste "Love" um gritante subdesenvolvimento de personagens e um péssimo casting que dificilmente salvaria os maus diálogos... Isto para não falar da superficialidade da escolha em 3D que apenas propulsiona gargalhadas.
ResponderEliminarGosto da forma musculada na qual tenta imprimir uma Perspetiva masculina, mas tudo fica emudecido pela ausência de intimismo entre personagens que refletem alienação... Por muito que esse artifício possa ser erótico também.
Gosto essencialmente que Noe contrarie Kundera. Para Noe não há cá uma insustentável leveza do ser, mas uma insustentável gravidade do ser.
Kundera... Kundera tem uma sensibilidade de outro mundo e é engraçado que referencies "A Insustentável Leveza do Ser", um livro que não me sai da cabeça desde que o li.
EliminarEu gostei muito do filme, gostei dessa gravidade, dessa alienação, da quase perversão de determinadas atitudes. Senti muito a intenção dele de criar um filme sobre o amor através do sexo e apaixonei-me pela Electra (a inicial, sedutora e com uma voz encantadora)
Quase que fiquei com vontade de chamar electra a todos os filhos que ainda nao tive .... ;)
EliminarExplicar desejos continua a ser tarefa árdua e inconseguida.
ResponderEliminarBonito!
ResponderEliminartenho lá esse filme para ver... só depois posso comentar.
ResponderEliminarbj doce