Hoje estou em paz.
Estou como um corpo que repousa e flutua num oceano de águas quentes.
Espero as ondas numa quietude desconfiada, vejo as chuvas entrarem pelo mar e encherem-me a alma.
Hoje sou sereia sem vontade de te cantar, e não me importo que outra ninfa te leve por uns tempos, desde que te abrace sem te fazer recear ainda mais a água.
Apenas desejo ter-te ao meu lado da forma que tens estado. A falar-me do que se passa, a fazer-me rir e ensinar-me a completar as tuas piadas. E talvez um dia me faças dançar contigo. Só desejo que continues a confiar em mim e me deixes encorajar-te em direção à recuperação de um passado traumatizante.
Finalmente aceitei que o poder de cura talvez não esteja em mim. Não me importo. Só quero que fiques bem, e que continues a fazer com que esta amizade cresça.
Para já, ainda consigo respirar sem me afogar.
A questão que se coloca é: como respirar estas palavras sem soçobrar nas mesmas?
ResponderEliminarÉs como um livro que secretamente desejamos não ter epílogo.