fumamos cigarros na tua varanda durante a madrugada. partilhamos a chama de um isqueiro. observas-me inalar tabaco e expulsá-lo sob a forma de fumo para a noite.
adormeço debaixo do teu braço, acordo apenas para te beijar com a naturalidade do hábito que ainda não nos pertence. acordo com sede de ti, com fome de veneno, com a textura do teu corpo ao alcance do meu toque, a tua pele friccionada pelos meus lábios. o teu desejo materializa-se nas minhas mãos e a minha língua limpa-o de entre os dedos com veemência.
volto a adormecer com a cara pousada no teu peito, com os teus braços a tomar-me, completa.
com o beijo que me dás quando te deixo
com o olhar que me lanças quando te falo ao ouvido
com a forma da tua boca quando abre para gemer
na transpiração que a cama absorve e me dá arrepios
estás na essência de tudo
dentro da tua cama o universo deixa de ser mistério, desaparece e expande-se constantemente, concentra-se nas minhas sinapses e permite-me entender o verdadeiro significado de cosmos.
Um sonho acordada?
ResponderEliminaruma realidade que soa a sonho
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