todas as superfícies me pedem que deixe a minha anca sentir o frio da pedra
a minha voz passa a falar com volume e rouquidão de súplica
fode-me
olhar para ti pelo canto dos olhos e passar a língua pelos cantos da boca
dá-me de beber
os meus dedos a querer percorrer-te o peito e agarrar-te pulsante e ansioso
vem-te em mim
hoje fiquei a ver-me refletida no vidro preto enquanto chupava guloseimas, a minha língua a entrelaçar, recuar, doce e vermelha. os meus lábios a moldarem-se e sugar o açúcar, sedentos e rasgados.
quis que estivesses do outro lado, que partisses os vidros, me agarrasses pelos cabelos enquanto eu cortava os joelhos nos cristais do chão, com as minhas unhas a agarrarem-te pelas coxas, a minha boca a substituir o doce pelo salgado.
ontem adormeci a sentir-te atirar-me contra a parede, a apertar-me o pescoço enquanto me sussurravas ao ouvido que me querias espancar, a puxar-me com a mão esquerda para cada vez mais dentro de ti. eu gemia como resposta, e sorria em provocação, pedia com os olhos que me deixasses nódoas negras em todos os sítios por onde querias passar com a boca, que marcasses com os dentes todos os pedaços de mim que te parecessem demasiado puros.
Belíssima foto.
ResponderEliminarBeijos
Pujança ensandecidamente fulcral.
ResponderEliminarDespurificação existirá?
ResponderEliminarpergunto se existirá pureza sequer
EliminarQue texto envolvente! Deixa-nos os sentidos à flor da pele.
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